Oco como pedradas tinindo o cristal, sem jamais quebrá-lo, apenas para testar seus limites e ameaça-lo, brincando de encontrar sua taxa de resistência média, como num cálculo furado e esquizofrênico. Brincando de abraçar o mundo, esse menino não fala nada porque não se vê. Ou porque tem medo de jorrar palavras, e quando o faz solidifica pedras no caminho – e com tanto medo de esculpi-las e deforma-las ele as engole antes de serem pedras: ele engana seu fluido que não flui: atravanca, emperra. Pensa coisas mais fluídicas e num lúdico ao avesso ele desata suas imagens fora de foco, ele tece meias com o cuidado de quem já furou o dedo e nem dói mais. Esse menino não busca mais às palavras, ele é todo sonho, e se cobre com a folha do arbusto – ele sonha-se em ser filho do mundo. E se acolhe. Tudo para abraçar a si mesmo.
Foge das palavras repetidas, dos sentimentos viciosos, do mesmo erro dos mesmos. Ela queria um céu, mas ganhou uma lata. E não sabe o que fazer com a lata depois que já se bebeu tudo. Ele não quer fazer escultura pois tem medo de perder sua lata – e a forma da lata é uma forma sentida só por ele e é tão dele quanto nunca foi lata. Por isso contempla a lata, apenas. Aceitando-a. Mesmo que para isso lhe seja necessário a servidão, o cárcere da própria forma da lata. Seus olhos permeiam lentamente além do contorno e menos lata e menos ele se encontram ali. Numa súplica de comunicação, ele não fala, mas quer ser ouvido.
Talvez fosse melhor que lhe pintassem um retrato. Assim poderia ser o que quiser. Herói. Anjo. Sábio com barba branca e sorriso meigo. Com aquele olhar maduro e certo que no menino ainda é só numa esperança e numa referência torta. Pois ele usa do que lhe é ofuscado e premisso ainda para servir-lhe de comparação. No retrato, poderia ser o melhor dele o qual nem acredita. E poderia deixar lá todas as suas cobranças.
E então, guardado numa pincelada, como uma redoma épica, ele poderia ser todo seus medos novamente. E não precisaria cobrir-se no arbusto, como se fosse feio demais para mostra-se. O menino não se achava digno de uma beleza. Mas sendo belo na figura, ele poderia permitir-se ao fracasso. E abrir a lata e errar com ela. E sê-la sem teme-la. Conjugues. Ele poderia então arriscar um mergulho nos seus labirintos e meandros , tão sofisticados e herméticos que ele precisa fingir ser outra coisa – que é só criança burra, que é só um pirralho oco. Mas assim ele se entendia. E vivia mais longe de todos porque assim era melhor. Não fazia parte do mundo que afinal era seu pai. Ou fazia tanta parte que fugia de medo. E sabia que o leão era o rei da selva porque o elefante não sabia da força que tem. Quando fosse pai, o menino seria todo uma folha de arbusto.Pegou sua lata, e pensou, ou nem pensou, tão irreverente que era ser por um triz: a enterrou: pobre de espírito que era. Iria rega-la todo o dia. E talvez um dia nasceria uma árvore de latas. E poderia fazer quantas esculturas quisesse, pois a criação seria inesgotável, enquanto a sua criança ainda o quisesse pensar em formas. Gostava de errar quando não perdia nada. Queria garantias – logo nesse mundo onde as catástrofes sempre esquecem de mandar convite. Mas tinha um plano: iria enterrar-se também. Sabia que não era o modo certo de fazer as coisas. Talvez o certo seria usar de um só de si e jogar-se no abismo. Mas não sabia fazer assim. Pensou que se ficasse oculto aos olhos do sol que julgam tanto e definem e amoldam, pensou que poderia regar-se todo o dia lentamente, e então dele brotariam milhões, e de tantos “ele” poderia com cada um ser uma forma, e os que não desse certo jogaria fora. Como Deus faz com os infinitos planetas. Talvez ele assim conseguiria abusar-se e obter-se com o melhor rendimento possível. Talvez desse certo. Era arriscado. Mas esse era seu modo torpe de fazer as coisas. Tão irreverente que era ser por um triz.
Foge das palavras repetidas, dos sentimentos viciosos, do mesmo erro dos mesmos. Ela queria um céu, mas ganhou uma lata. E não sabe o que fazer com a lata depois que já se bebeu tudo. Ele não quer fazer escultura pois tem medo de perder sua lata – e a forma da lata é uma forma sentida só por ele e é tão dele quanto nunca foi lata. Por isso contempla a lata, apenas. Aceitando-a. Mesmo que para isso lhe seja necessário a servidão, o cárcere da própria forma da lata. Seus olhos permeiam lentamente além do contorno e menos lata e menos ele se encontram ali. Numa súplica de comunicação, ele não fala, mas quer ser ouvido.
Talvez fosse melhor que lhe pintassem um retrato. Assim poderia ser o que quiser. Herói. Anjo. Sábio com barba branca e sorriso meigo. Com aquele olhar maduro e certo que no menino ainda é só numa esperança e numa referência torta. Pois ele usa do que lhe é ofuscado e premisso ainda para servir-lhe de comparação. No retrato, poderia ser o melhor dele o qual nem acredita. E poderia deixar lá todas as suas cobranças.
E então, guardado numa pincelada, como uma redoma épica, ele poderia ser todo seus medos novamente. E não precisaria cobrir-se no arbusto, como se fosse feio demais para mostra-se. O menino não se achava digno de uma beleza. Mas sendo belo na figura, ele poderia permitir-se ao fracasso. E abrir a lata e errar com ela. E sê-la sem teme-la. Conjugues. Ele poderia então arriscar um mergulho nos seus labirintos e meandros , tão sofisticados e herméticos que ele precisa fingir ser outra coisa – que é só criança burra, que é só um pirralho oco. Mas assim ele se entendia. E vivia mais longe de todos porque assim era melhor. Não fazia parte do mundo que afinal era seu pai. Ou fazia tanta parte que fugia de medo. E sabia que o leão era o rei da selva porque o elefante não sabia da força que tem. Quando fosse pai, o menino seria todo uma folha de arbusto.Pegou sua lata, e pensou, ou nem pensou, tão irreverente que era ser por um triz: a enterrou: pobre de espírito que era. Iria rega-la todo o dia. E talvez um dia nasceria uma árvore de latas. E poderia fazer quantas esculturas quisesse, pois a criação seria inesgotável, enquanto a sua criança ainda o quisesse pensar em formas. Gostava de errar quando não perdia nada. Queria garantias – logo nesse mundo onde as catástrofes sempre esquecem de mandar convite. Mas tinha um plano: iria enterrar-se também. Sabia que não era o modo certo de fazer as coisas. Talvez o certo seria usar de um só de si e jogar-se no abismo. Mas não sabia fazer assim. Pensou que se ficasse oculto aos olhos do sol que julgam tanto e definem e amoldam, pensou que poderia regar-se todo o dia lentamente, e então dele brotariam milhões, e de tantos “ele” poderia com cada um ser uma forma, e os que não desse certo jogaria fora. Como Deus faz com os infinitos planetas. Talvez ele assim conseguiria abusar-se e obter-se com o melhor rendimento possível. Talvez desse certo. Era arriscado. Mas esse era seu modo torpe de fazer as coisas. Tão irreverente que era ser por um triz.