domingo, 22 de julho de 2007

Compartilhar

Quero hoje empregar aqui o melhor de mim. Mas se tiro de mim o melhor, o que me restará em dentro? Não quero ficar com o que sobra depois da satisfação mastigada, não quero apenas com os farelos e restos de molho e os caprichos depois do suor. Então devo deixar aqui apenas o pior de mim? Quem sabe lá meus medos, angústias, os pecados que cometo em segredo, os olhares fulminantes que distribuí quando me viraram as costas, devo deixar aqui meu lado brutal e sarcástico? Mas assim o que estaria eu distribuindo? Quero distribuir o bom do ser. E isso é divino. Talvez tenha encontrado uma definição para o amor verdadeiro: conseguir colocar aqui o melhor de mim sem temer restar-me apenas as sobras, e talvez assim o meu lado bom será compartilhado e não dividido. Divisão é subtração em termos. Compartilhar é partilhar junto. E partilhar é amor apenas. Será que é isso? Compartilhar? É, estou inteiro e melhor que antes.